sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Voltando para mim

"É no apagar das luzes, na penumbra sombra e desolação, donde suas forças aparentemente já passaram de um ponto crítico ao se desfalecer e se esvair por completo, um quadro pelo qual a vida ia perdendo o seu sabor natural, e ainda assim algum motivo sobrenatural fazia com que o seu corpo continuasse andando, aliás, perambulando sem cair, cambaleando, tentando e tentando como um morto-vivo apenas guiado por uma inexplicável vontade de ainda existir, embora perdido e assustado num mundo aparentemente hostil, é que, acontece algo inexoravelmente especial, daquele tipo de fenômeno que só ocorre apenas uma vez na vida, seja por questão de sorte ou pelo fato de que tinha que acontecer alí naquele específico instante, mas o que importa é que aconteceu, de tão perplexo, pude olhar para mi mesmo e redescobrir o verdadeiro significado de existir: conhecer a pessoa que eu ja fui, a que eu sou, e àquela que eu estou tentando um dia ser." By- Luã Malco

A joça

A JOÇA "No ceu há uma nuvem densa carregada e cheia de mágoas. Do seu frio esparze a chuva. Toca-me com seus ventos turvos sorrateiro, austero e fugaz. Desfalecendo este corpo nú, despido de energia e sanidade. Desagasalhado, enfraquecido. Susurrando versos na cadência de tosses, cuspes e catarradas. Deliberando toda a minha mácula Por este pobre mundo podre. Esta solidão leprosa. Aprecio nos bosques os jardins de cancros flores fétidas, murchas, tenebrosas. Eu sou um adoecer silencioso e a minha sina é a joça". By Luã Malco