segunda-feira, 1 de novembro de 2010

SONHO LÚCIDO: CONHECENDO O VELHO MORIBUNDO

Certa vez, um velho moribundo que não sei exatamente seu nome
Sentou-se numa calçada rígida e fria no pleno desembocar do crepúsculo vespertino da tarde da Sexta-Feira de 1986 bem em frente à Praça da República de certa cidade multifacetada e oniricamente confundível com uma cornucópia abundante de representações e significados entrelaçados.
Assegurou-lhe em estar concentrado no ultimo fio de pensamento que brotara do decorrer de sua lenta e vagarosa morte já então esperada.
Em seu rosto, jaziam expressões entorpecidas de gozos emocionais misturados em diferentes espaços e tempos encravados na memória por dezenas, centenas ou milhares de experiências bem ou mal sucedidas.
E como vibrava a superfície do seu corpo a cada suspiro bem sucedido... Cada compartimento sensorial respondia de maneira verossímil a os estímulos emocionais ligados ao sutil vai-e-vem de seu respirar.
E os olhos... Um olhar distante, profundo, sem superfície, direcionados em múltiplas dimensões jamais entendida ou compreendida por um outro ser naquele momento.... Seus olhos quase nunca se fechavam, esquecera de piscar os olhos, pois... Talvez, o medo de não poder abri-los novamente o fez degustar das ultimas freqüências das cores imanadas por toda parte. Ou talvez Compreendesse tarde demais a beleza desta sensação. Perplexo, identificado, logo, fascinado ele implora por mais um grão de tempo daquela ampulheta miserável que mostrara sua face minutos atrás. E o olhar? É um olhar para frente e para trás indo e vindo do presente ao abismo infinito.
Agora deitado, entregue a natural maneira de ser morto ainda ele pensa. Pensa para onde vai o pensamento... Pensa se aquele pensamento que tinha abraçado nos meandros da morte ficará cravado em alguma tabula para um dia irromper os espaços e os tempos. Pensa se tudo aquilo já não é mais, ou talvez jamais fora um dia.
Quando acordei na madrugada compreendi para que serve os sonhos.......